50 anos de Mineirão. O
estádio mais especial para todos os mineiros, sem dúvida nenhuma. Construído em
uma época em que UDN e PSD se confrontavam para governar nosso estado, por
pouco as obras não foram paralisadas. Sua primeira nomeação foi Estádio Minas
Gerais, porém, foi trocada mais tarde por Estádio Magalhães Pinto, líder da UDN,
que assumiu o governo em 1961 e se empenhou muito para que o Mineirão fosse
concluído em 1965.
No jogo inaugural entre os
quase 3.500 que já se realizaram no Gigante da Pampulha, a Seleção Mineira
bateu o River Plate, por um a zero. Nesta partida, dois participantes são
eternizados na história. O goleiro Gatti, do River Plate por tomar o primeiro
gol do Mineirão e o volante José Alberto Bougleux(Buglê) por marcá-lo.
Outro confronto que jamais
sairá da memória deste estádio é Cruzeiro x Santos pela Taça Brasil, de 1966. O
Santos de Pelé, Pepe e Carlos Alberto Torres era franco favorito a conquistar o
campeonato. Entretanto, o favoritismo não se concretizou. Pelo contrário, o
Cruzeiro tratou de fazer cinco a zero ainda na etapa inicial. Ninguém
acreditava no que via. O Mineirão se fazia calado, pasmo com tal situação. Em
entrevista a Globo, Raul Plassmann contou que saindo do gramado, perguntou a
Dirceu Lopes: Dirceu, quanto está o jogo? “Ele me respondeu que estávamos
ganhando de cinco gols de diferença. Eu não acreditei. Voltei dois passos e
olhei para o placar. Não era um sonho, e sim a realidade.” Aquele jogo acabou
seis a dois para a mais nova sensação do Brasil, que venceu também no Pacaembu,
de virada, por três a dois. Dali em diante, o Cruzeiro se transformaria no
grande campeão que é hoje.
Em 1969, o Atlético
enfrentou a Seleção Brasileira, também de Pelé, que vinha embalada com seis
vitórias e a classificação para o Mundial no México. A vitória atleticana é um
capítulo que todo atleticano gosta muito de contar para outras pessoas, e se
orgulham de seu clube pelo feito. É um dois a um que estará vivo na memória do
torcedor. Afinal, não é todo dia que seu time bate a Seleção do seu país, com o
Rei do Futebol em campo. Amauri e Dadá Maravilha marcaram. O gol do Brasil foi
dele, o mineiro de Três Corações, que disputou apenas 17 partidas no estádio,
com o Santos e a própria seleção. Talvez a maior frustração do mineiro
apaixonado pelo futebol é não ter visto Pelé com a camisa de um clube mineiro,
como o Atlético, América ou o Cruzeiro.
Enfim, no famoso Mineirão,
existem vários momentos que poderiam ser contados, como o cinco a quatro do
Cruzeiro sobre o Internacional pela abertura da Libertadores de 1976, que
terminaria com o primeiro título celeste na competição. Como esquecer a
emocionante Libertadores do Galo sobre o Olimpia? Como não lembrar do maior
vexame da Seleção contra a Alemanha? O Mineirão é muito especial. Toda vez que
vou ao Mineirão é sempre diferente. Meu primeiro encontro com o Gigante da
Pampulha foi em 2009. Cruzeiro e São Paulo se enfrentaram pelo Brasileirão e
tive o prazer de entrar pela primeira e única vez no gramado com os jogadores
cruzeirenses. Sou fã declarado de Rogério Ceni, confesso que não foi muito
fácil vê-lo entrando pelo outro lado do campo, sem poder dizer nada para ele.
Tive que sair correndo de lá para retornar ao lugar de onde assistiria ao jogo.
Lembro que a partida ficou empatada, um a um. Naquele dia um grande sonho se
realizou. Irei ao Mineirão muitas vezes ainda e sei que continuará sendo um
sentimento único toda vez que o visitarei.
Mineirão: 50 anos de muita
história, títulos levantados, de alegrias e tristezas para o torcedor. Fica
aqui minha homenagem ao melhor estádio de todos.
Curiosidades
sobre o Mineirão:
- Reinaldo é o maior
artilheiro, com 152 gols;
- Wanderley Paiva é o
jogador que mais atuou, com 345 jogos;
- O maior público do
estádio: 132.834 pessoas assistiram a Cruzeiro e Villa Nova, em 22 de Junho de
1997;
- Ortiz foi o primeiro
goleiro a marcar no estádio, em cobrança de pênalti, no jogo entre Atlético e
CRB, em 7 de Novembro de 1976;
- Somente três pessoas
conseguiram chutar uma bola para fora do Mineirão: Nelinho e Paulo Roberto(Cruzeiro)
e Victor(Atlético-MG).
Leonardo Garcia Gimenez"
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