O ADEUS DO CAPITA CARLOS ALBERTO TORRES

       Carlos Alberto, pensei por um bom tempo em um nome para o artigo de sua despedida. O Adeus de um campeão, mito, lenda ou outra qualquer denominação não seria justa por minha parte. Afinal, quem tu és? Nada mais nada menos que o Capita. O capitão da Seleção tricampeã do mundo em 1970. O autor do gol mais simbólico da história brasileira das Copas. Até quem não acompanha futebol, já viu ao menos uma reprise do seu chutaço na final contra a Itália. Ali, era apenas mais um de seus indescritíveis momentos de glória.

      Os times pelos quais Carlos Alberto Torres passou o homenagearam por todo o dia. O Rio de Janeiro amanheceu lindo, dormirá lindo, mas anoitecerá muito mais triste. Capita, nós, fãs de futebol e admiradores de um esplêndido trabalho e uma vida prestada ao esporte, perdemos uma parte com você. Defensor de reformas importantes no calendário brasileiro, defensor da técnica que os jogadores brazucas estão perdendo ao longo dessa década. Talvez, estejamos tão aquém da sua visão, Carlos Alberto. De uma humildade sem igual, nunca era tarde para ensinar. Certeiro em seus comentários, o choro de André Rizek no programa "Seleção SporTV" retrata quem foi essa figura maravilhosa.

       Ser escolhido capitão dentre os craques que compunham aquele grupo campeão não era pra qualquer um. Realmente, o cargo deveria ser regido por alguém bastante especial. Representante fiel do Brasil, junto com Pelé, espalhou o bom futebol nos EUA e pelo mundo afora. A Taça Jules Rimet sentirá a sua falta. Sentirá falta de ser erguida por um legítimo campeão. Campeão em todos os sentidos possíveis.

      Obrigado, Capita. Por ser quem foi, e por deixar momentos inesquecíveis para contarmos. Agora, você passou a faixa de capitão para Cafu e Dunga; os únicos capitães que levantaram uma taça para o Brasil que estão vivos. Pedimos desculpas por todas as frustrações que o futebol lhe proporcionou, mas como você mesmo dizia nos programas: temos de seguir a vida. Seguiremos, porém preocupados em te honrar no que pudermos. Vá com Deus, eterno Capita!

Leonardo Garcia Gimenez"

                                    

Créditos da foto: O Globo

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UAI x BAH

      Quiseram os deuses do futebol que os quatro semifinalistas da Copa do Brasil fossem mineiros e gaúchos. Representando não só MG, mas também a Região Sudeste do Brasil, Atlético e Cruzeiro avançaram. No Sul, a dupla Gre-Nal eliminou Palmeiras e Santos, respectivamente. Surpreendentemente, podemos ter grandes finais com times de mesmo estado, já que nenhum dos rivais se enfrentarão nesta fase.

       Ontem mais cedo, o Galo perdeu para o Juventude por 1 a 0. Como havia ganhado há três semanas pelo mesmo placar no Mineirão, a decisão foi para os pênaltis. E adivinha quem brilhou: o goleiro Victor. O arqueiro defendeu duas cobranças e ajudou os alvinegros a se classificarem.

       O Atlético vai decidir as semifinais no Mineirão, contra o Internacional. O Inter eliminou o Santos por 2 a 0, jogando com o time reserva. Mesmo tendo o foco voltado quase que totalmente para a fuga do Z-4, os colorados fizeram o dever de casa e passaram pelo clube praiano. Não vai ser fácil. O Inter é uma pedra no sapato contra o Atlético, principalmente após eliminar os mineiros na Libertadores de 2015. Com a volta de Vitinho no time titular, recuperado de contusão, a equipe subiu muito de produção. Contudo, acredito que por decidir em casa, o Galo tem tudo para avançar às finais.

       O caminho do Cruzeiro já é um pouco mais complicado. O Cruzeiro decidirá sua vaga na Arena Grêmio, local que não traz boas lembranças ao cruzeirense. O Grêmio vê o caminho para a Libertadores do ano que vem mais curto via Copa do Brasil; por isso, o Cruzeiro terá mais dificuldades. Com a recente chegada de Renato Gaúcho, os gremistas também estão em ascensão. Eliminaram em SP o líder do Brasileirão, o Palmeiras. O Grêmio é cancheiro. Leve, em questão de possuir muitos jogadores novos, tem um contra-ataque perigosíssimo.

     O Cruzeiro eliminou o Corinthians ao vencê-lo por 4 a 2. De Arrascaeta entrou no lugar de Rafinha e acabou com a partida. Fez gol e deu assistência. Se mantiver o bom futebol, o Cruzeiro pode avançar. Não temos representantes do RJ e nem SP. O país fala Uai e Bah, pelo menos na Copa do Brasil...

Leonardo Garcia Gimenez"

               

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NÃO SE FAZ TANTOS JOGADORES COMO ANTES...

       Nesta semana, o espanhol Andrés Iniesta completou 20 anos de Barcelona. Está no clube catalão desde 1996, época que tinha 12 anos de idade. Sendo assim, resolvi falar de um dos clubes que mais abrem portas para o sucesso profissional: o Barcelona. Victor Valdés, Messi, Piqué, Busquets, Sergi Roberto e Xavi foram preparados na base da "La Cantera", como são as chamadas as categorias de base dos culés, pertencentes à "La Masía", espécie de concentração para os jovens talentos.

      O Barcelona é modelo quando se trata na revelação de novos craques mundiais, sejam eles espanhóis ou não. Messi antes de chegar ao Barça havia sido rejeitado por vários clubes. O motivo das recusas era sempre o mesmo: seu tratamento para o crescimento era muito caro. Hoje, garanto que os clubes que o rejeitaram estão bem mais do que só arrependidos.

     Barcelona e Real Madrid se revezam na base da formação da Seleção Espanhola, com leve vantagem histórica para os catalães. Victor Valdés, arqueiro por muito tempo da seleção, integrou o seleto grupo barcelonista aos 10 anos. Piqué, com 7. Sergi Roberto e Xavi também chegaram cedo. Todos esses já passaram ou ainda são convocados por Vicente Del Bosque. No elenco da Espanha campeã mundial em 2010, apenas Sergi Roberto não fazia parte.

       Investir nas categorias de base é de suma importância não só para o futuro financeiro das equipes, mas também para levantar taças. No Brasil, o Santos é disparado o que mais se preocupa com esse aspecto. O maior jogador brasileiro atualmente joga pelo Barça e foi revelado na Baixada Paulista. A base do time titular santista vem da base. Luiz Felipe, Gustavo Henrique, Zeca, Renato, Thiago Maia, Jean Mota. Recentemente, Gabigol foi vendido por 91 milhões de reais junto à Internazionale de Milão.

       A cada dia mais, sentimos mais falta de jogadores técnicos, criativos e que saibam finalizar bem. Afinal, ganham muito. Muitos são até superestimados. O mercado está inflacionado e o futebol que interessa acaba ficando de lado. É melhor ficarmos de olho, pois não se faz mais tantos jogadores como antes...

Leonardo Garcia Gimenez"

                       

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