ATLETIBA E SUA REVOLUÇÃO

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

      Primeiramente, o Brasil devia bater palmas para o Atlético Paranaense e para o Coritiba. O gesto de coragem formalizado na rejeição do jogo é o primeiro passo para uma revolução no futebol nacional. Afinal, sabemos que a maior emissora do país influencia (e muito) na posição das federações estaduais. Aliás, essas federações estaduais são o câncer do nosso esporte; sobretudo a Federação Paranaense de Futebol (FPF).

       A lei brasileira diz que os direitos de imagem das partidas são de decisões exclusivas dos dois clubes em questão, ou seja, só Atlético e Coritiba podiam aceitar quem iria transmitir a partida ou se iria ou não ter transmissão. Nesse caso, a Rede Globo ofereceu um valor que não agradou aos dois clubes e, por isso, ambos decidiram por não firmar um acordo. Sendo assim, combinaram que a transmissão se daria apenas via Youtube das agremiações. Isso foi divulgado na mídia durante a semana e teve uma repercussão positiva. Se houve posicionamento da Federação Paranaense anteriormente ao clássico? Não. A situação tornou-se mais crítica: eles esperaram pouco tempo antes da bola rolar para relatarem que 12 membros da imprensa não estavam credenciados para o jogo. Em regimento interno da organização do campeonato, todos os integrantes da imprensa devem estar credenciados até 48 horas antes do início da partida. Por quê não houve comunicação entre esses membros e a federação para que não houvesse nenhum desentendimento posterior?

      O que aconteceu foi que a Federação Paranaense fez o torcedor atleticano e coxa-branca de bobo. A federação, através da figura de seu presidente, cobrou respeito para com a instituição alegando que a decisão tomada havia sido correta. Não, senhor presidente! Não foi! É correto ignorar milhares de torcedores no estádio por causa de 12 membros? Os torcedores compraram seus ingressos, tiveram custos para chegar ao estádio. Não seria melhor punir tais infratores do regime após a partida e a deixasse acontecer? Mas não. Conseguiram anular um jogo por algo que não é de sua culpa: os direitos de transmissão. Se por acaso, uma rede televisiva "comprasse o jogo", será mesmo que esses youtubers seriam retirados de dentro do campo? Em entrevista a ESPN Brasil, o presidente da Federação enfatizou que a culpa não é sua. Como não? Vocês impediram um jogo de acontecer!

     Só para se ter uma noção, estima-se que o repasse para os dois maiores clubes do Paraná para participarem do Campeonato Estadual é de R$2 milhões. Clubes menores como Bangu, Madureira, Boavista e Volta Redonda recebem R$4 milhões no Carioca. Até Macaé e Resende recebem mais (R$2,2 milhões, segundo o Diário de Pernambuco). É muito pouco, não é? Por esses valores, as diretorias de Atlético e Coritiba não concordaram e estão mais do que certas. Cada um tem um título do Brasileirão. São duas equipes tradicionais no nosso futebol. Respeite-os, FPF! Mais parece uma afronta ao futebol do próprio estado. O bem maior do futebol é a torcida; e por essa decisão, nenhum torcedor foi considerado. Parabéns ao dois clubes pela bela atitude! Que papelão, hein?


Leonardo Garcia Gimenez"

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Créditos: Gazeta do Povo

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