Primeiramente, o Brasil
devia bater palmas para o Atlético Paranaense e para o Coritiba. O gesto de
coragem formalizado na rejeição do jogo é o primeiro passo para uma revolução
no futebol nacional. Afinal, sabemos que a maior emissora do país influencia (e
muito) na posição das federações estaduais. Aliás, essas federações estaduais
são o câncer do nosso esporte; sobretudo a Federação Paranaense de Futebol
(FPF).
A lei brasileira diz que os
direitos de imagem das partidas são de decisões exclusivas dos dois clubes em
questão, ou seja, só Atlético e Coritiba podiam aceitar quem iria transmitir a
partida ou se iria ou não ter transmissão. Nesse caso, a Rede Globo ofereceu um
valor que não agradou aos dois clubes e, por isso, ambos decidiram por não
firmar um acordo. Sendo assim, combinaram que a transmissão se daria apenas via
Youtube das agremiações. Isso foi divulgado na mídia durante a semana e teve
uma repercussão positiva. Se houve posicionamento da Federação Paranaense
anteriormente ao clássico? Não. A situação tornou-se mais crítica: eles
esperaram pouco tempo antes da bola rolar para relatarem que 12 membros da
imprensa não estavam credenciados para o jogo. Em regimento interno da
organização do campeonato, todos os integrantes da imprensa devem estar
credenciados até 48 horas antes do início da partida. Por quê não houve
comunicação entre esses membros e a federação para que não houvesse nenhum
desentendimento posterior?
O que aconteceu foi que a
Federação Paranaense fez o torcedor atleticano e coxa-branca de bobo. A
federação, através da figura de seu presidente, cobrou respeito para com a instituição
alegando que a decisão tomada havia sido correta. Não, senhor presidente! Não
foi! É correto ignorar milhares de torcedores no estádio por causa de 12
membros? Os torcedores compraram seus ingressos, tiveram custos para chegar ao
estádio. Não seria melhor punir tais infratores do regime após a partida e a
deixasse acontecer? Mas não. Conseguiram anular um jogo por algo que não é de
sua culpa: os direitos de transmissão. Se por acaso, uma rede televisiva "comprasse
o jogo", será mesmo que esses youtubers seriam retirados de dentro do campo? Em
entrevista a ESPN Brasil, o presidente da Federação enfatizou que a culpa não é
sua. Como não? Vocês impediram um jogo de acontecer!
Só para se ter uma noção,
estima-se que o repasse para os dois maiores clubes do Paraná para participarem
do Campeonato Estadual é de R$2 milhões. Clubes menores como Bangu, Madureira,
Boavista e Volta Redonda recebem R$4 milhões no Carioca. Até Macaé e Resende
recebem mais (R$2,2 milhões, segundo o Diário de Pernambuco). É muito pouco,
não é? Por esses valores, as diretorias de Atlético e Coritiba não concordaram
e estão mais do que certas. Cada um tem um título do Brasileirão. São duas
equipes tradicionais no nosso futebol. Respeite-os, FPF! Mais parece uma
afronta ao futebol do próprio estado. O bem maior do futebol é a torcida; e por
essa decisão, nenhum torcedor foi considerado. Parabéns ao dois clubes pela
bela atitude! Que papelão, hein?
Leonardo
Garcia Gimenez"
Créditos: Gazeta do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário