Há exatos 12 anos e dois
dias, o mundo conhecia um personagem até então famoso só no Brasil: Vanderlei
Cordeiro de Lima. O paranaense de Cruzeiro do Oeste, que por tantas vezes
vestiu a camisa do Cruzeiro, representava sua pátria em uma longa e exaustiva
maratona em uma Olimpíada. Grécia, 2004. Ali, se iniciava uma das mais fantásticas
passagens de um exímio atleta.
Vanderlei vencia a maratona
até o quilômetro de número 36 quando um ex-padre irlandês de nome Cornelius
Horan também resolveu fazer história. Avançou rumo à pista e segurou bravamente
o brasileiro. Desesperado, Vanderlei contou com a ajuda do grego Polyvios
Kossivas, mero espectador, para dar fim à corrida. Vanderlei Cordeiro de Lima
foi ultrapassado por dois competidores e terminou em terceiro; conquistou um bronze
que possivelmente valeria ouro. Já desgastado fisicamente, o brazuca teve que
recuperar também seu emocional. Espelho de um povo tão sofrido e batalhador,
ele nos honrou com muita garra.
O mundo assistiu a prova.
Portanto, o evento de maior cunho esportivo que existe permitiu a fama a
Vanderlei. Se ele queria ser famoso? Ele já disse em entrevistas que sim, mas
queria ser através da medalha de ouro. Indubitavelmente, Vanderlei está entre
os 5 maiores desportistas do Brasil. Sua entrega incomum foi reconhecida pelo
COI(Comitê Olímpico Internacional) com a medalha Pierre de Coubertin. É uma
honraria-esportiva humanitária a atletas com casos tão bonitos como esse. No
mundo, só foram entregues 17 até hoje. Assim, podemos ter noção do quão
grandioso foi Vanderlei Cordeiro de Lima. Nada mais justo que ele ter acendido
a pira olímpica nos Jogos Rio 2016.
Vanderlei, obrigado por
tudo! O Brasil precisa de mais atletas como você. Me faltam palavras para te
descrever. De um brasileiro cheio de orgulho, Leonardo Garcia Gimenez.
Leonardo
Garcia Gimenez"