Mais de um século na fila,
mas finalmente o ouro chegou. 20 de Agosto de 2016 será eternizado como a
primeira conquista após tantas batalhas e fracassos acompanhados ao choro e a
decepção de uma nação acostumada a vencer tudo o que disputa. Nadando contra a
corrente, em um período totalmente incomum na história do futebol masculino
brasileiro, o Brasil voltou a sentir o gostinho de ser o campeão. Retratado em
um só público no palco mais importante do mundo, junto ao Wembley, os vários
rostos frutos de uma miscigenação profunda no território sorriam bravamente. Salve
lindo o perdão da esperança, Brasil!
O fatídico 7x1 acarretou
dias sombrios. Dois anos completos de maus resultados, de cobranças, de
dinheiro jogado no lixo. Por essas bandas, passaram milhares de jogadores bons
de bola. Pelé, Garrincha, Sócrates, Zico, Júnior, Ronaldo, Roberto Carlos,
Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Rivaldo, Bebeto, Romário, Gilberto Silva e tantos
outros. O que todos eles têm em comum? Nenhum teve o prazer de ser campeão
olímpico. E, talvez, o único herói dos últimos 7 ou 8 anos do Brasil, Neymar,
não titubeou e deu o título ao Brasil! O primeiro ouro olímpico para o nosso
futebol. Aquele ouro que faltava para a coleção e riquíssima sala de troféus da
nossa Seleção. Agora, o Brasil é detentor de todas as possíveis taças do século
XXI.
Nada melhor do que comemorar
tão grandioso feito em casa. No Rio de Janeiro, cenário mais bonito do Brasil,
que revela ótimos jogadores para o hoje, inflacionado mercado futebolístico.
Não se faz ideia do quão difícil é ganhar um ouro no futebol. Inusitado seria a
palavra adequada para ilustrar tão longa espera por um título, se tratando de um
pentacampeão mundial. Foram dois anos de gozações. Agosto, o mês das vocações,
trouxe o alívio de mais de 200 milhões de canarinhos. O nosso futebol respira.
Pelo menos por um tempinho.
A cobrança foi desumana.
Depois do triunfo diante da Dinamarca, o Brasil voltou a ser Brasil: do futebol
bonito, moderno, envolvente e de muitos gols. Jogou como campeão. Rebateu as
críticas da melhor maneira possível. E é assim que tem que ser. O brasileiro já
se sentia ofendido e incontrolável com a decadência de um dos maiores
patrimônios do povo. CBF, trate-nos com maior dignidade!
O espírito olímpico fez
muito bem ao povo e ao nosso país. Brasil, um gigante do esporte! Parabéns a
todos os envolvidos na campanha brasileira, principalmente a defesa que tomou
um golzinho durante este percurso. Voltamos a ocupar o posto que sempre foi
nosso, que é lá na frente. Para frente, Brasil! Salve à Seleção.
Leonardo
Garcia Gimenez"
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