SOMOS TODOS CHAPECOENSE

terça-feira, 29 de novembro de 2016

      Na segunda passada, intitulei o texto sobre o Palmeiras de "O Brasil veste verde". Não sabia que oito dias depois esse título faria mais sentido ainda. Acordei pela manhã transtornado. Ao abrir as redes sociais pelo celular, li o que não esperava e nem queria ler. O avião da LaMia, empresa venezuelana de transportes aéreos, havia caído com jornalistas, tripulantes e membros da Associação Chapecoense de Futebol.

      Ainda era cedo. Fechei os olhos por um instante e me dei conta de que tudo era real. Realidade esta que culminou na destruição de um sonho. Um sonho compartilhado entre diretoria e jogadores e os 210 mil habitantes da cidade de Chapecó. Por mais que soe como clichê, visto que isso foi citado por várias páginas, é de se aplaudir veemente tamanha ascensão. Em cinco anos, os catarinenses pularam da Série D à uma final de um torneio internacional. Seria o primeiro de seu estado a atingir tal marca. O povo abraçou o time e juntos seguiram ao caminho do sucesso.

       A gestão administrativa quase que perfeita levou a América a conhecer um de seus mais novos xodós: a "Chape", "Chapeterror". Deixaram para trás alguns clubes de tradição, como o Independiente (maior campeão da Libertadores) e o San Lorenzo. Levantar a taça de campeão internacional seria um feito inigualável na história do clube, do estado, do nosso país. Humildes, respeitosos perante aos adversários, a Chapecoense seguiu encantando e somando torcedores. Os 210 mil se tornaram 200 milhões. O Brasil, de fato, vestiria o verde nessa decisão.

      A tristeza penetra no coração de cada brasileiro, sensibilizado pela conduta de uma equipe que estava escrevendo sua própria história. Embora o acidente tenha levado a maioria dos atletas, o mesmo não apaga os feitos recentes conquistados por esse clube.

    Fiquei contente ao saber da notificação emitida pelo Atlético Nacional pedindo à FIFA para que o título seja entregue aos catarinenses. Mais ainda, pelas doações de jogadores e dinheiro para a reestruração financeira. O psicológico se reconstruirá com o tempo.

    A Chapecoense virou "a queridinha do Brasil". Atletas do clube que morreram agora batem um papo com os integrantes do "Mamonas Assassinas". Conversam sobre a linha tênue que permeia a vida e a morte nesse (in)finito plano do universo. Torço para a mais rápida recuperação dos sobreviventes e desejo muita força aos familiares, dando-lhes discernimento para digerir tanto sofrimento.

        Chapecoense, obrigado por poder contar a sua história hoje. Obrigado por não ter perdido essa valentia e a entrega dados em campo. Com muita honra, SOMOS TODOS CHAPECOENSE!


Leonardo Garcia Gimenez

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Foto: Estadão

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