Sem nenhum tipo de surpresa
e zebra, River Plate e Barcelona disputarão o status tão importante de campeão
mundial em 2015. Na quarta, 16, o clube argentino campeão da Libertadores deste
ano bateu, com muitas dificuldades, o fraco campeão japonês Sanfrecce
Hiroshima. O nervosismo costumeiro das equipes da América do Sul é fácil de se
entender. Após a conquista de uma Libertadores, a reação imediata dos jogadores
e torcedores é pensar no Mundial no fim do ano. Criamos uma expectativa tão
grande em cima disso que a nossa frustração poderia vir mais em conta. Outro
fator que contribui é o fato de o sul-americano ser acostumado a decidir um
mata-mata em dois jogos e não em um jogo só.
No modelo atual do Mundial
de Clubes da FIFA os europeus têm ampla vantagem sobre nós. Isto é fruto de um
continente mais organizado em tudo, mas principalmente no aspecto
futebolístico. O preço de ganhar uma Libertadores é inferior ao do vencedor de
uma Liga Europa(dialogada como uma espécie de série B da Champions League). A
CONMEBOL é uma instituição falida. Passeando por estádios da Bolívia,
Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e até mesmo no Chile podemos ver que as condições de jogo
são muito precárias. Vale relembrar que no ano passado o Cruzeiro enfrentou o
Real Garcilaso no Peru. Este jogo é relembrado pelo ato racista dos torcedores
do time mandante contra o ex-volalnte Tinga, mas ninguém se lembra que um grande número de torcedores tiveram
de ficar em um barranco. Literalmente! A falta de estrutura e organização das
competições por aqui(América do Sul) me chama a atenção. Não perdemos somente
dentro de campo. Perdemos fora dele também. Como iremos representar o mundo sem
representarmos o nosso próprio continente? O Barcelona, exemplo mundial de como
se planejar um bom futebol visando gerações futuras, leva quase todos os anos ao
menos um troféu para sua galeria. Nenhum resultado positivo vem por acaso. É
claro que os europeus têm muito mais dinheiro para investimentos, patrocínios,
direitos de imagem e contratações, entretanto, não nos estruturamos. O River
Plate terá de enfrentar o melhor time da Europa e contar com os retornos de
Messi e Neymar. É preciso rever os nossos conceitos. O River nos representará,
porém caso ganhe o Mundial de forma improvável, apenas amenizará o tom vergonhoso do nosso futebol. Não estou sendo pessimista. É claro que gosto muito da
Libertadores, mas sinto que a competição precisa passar por uma reforma, por alguns retoques. Não quero "europeizar" uma competição com a cara da América do Sul,
mas pelo menos copiar o que é bom e preciso para engrandecermos.
Leonardo Garcia Gimenez"
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